1º de maio. Dia do Trabalho. Esse ano, a data será comemorada de forma unificada por todas as centrais sindicais. O local volta a ser a Praça Campo de Bagatelle, em Santana. E terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades, como governadores, deputados, ministros, sindicalistas e, acima de tudo, a participação dos nossos trabalhadores, o mais importante.
Haverá sorteio de dez automóveis zero, bem como shows de vários artistas. O evento, gigantesco, começará às 8h30 e prosseguira até às 18 horas.
O 1º de Maio é do trabalhador. De gente honesta, que executa suas tarefas sem tréguas com o objetivo de poder ganhar e levar o pão para casa e alimentar os seus familiares.
A mobilização da classe é fundamental para a obtenção de avanços em direitos mais do que necessários.
Bandeiras de lutas
Nesse ano, entre as principais bandeiras de lutas que as centrais sindicais defendem, podemos destacar:
Redução da Jornada, sem redução salarial;
Fim da Carestia;
Isenção do IR até R$ 5 mil;
Menos juros, mais empregos;
Valorização do Salário-Mínimo;
Igualdade Salarial entre Homens e Mulheres (Lei 14.111);
Aposentadoria digna;
Valorização do Servidor Público – Convenção 151 (OIT).
Vale ressaltar que, no momento, nos sentimos ameaçados com o crescimento da direita em todo o planeta. Se tal fato continuar e se cristalizar, sem dúvida a classe trabalhadora corre sérios riscos de perder direitos históricos.
O nosso setor, o da Construção, é um exemplo. Quando eu cheguei em São Paulo, não existia café da manhã, lanche da tarde, vale-adiantamento. Os pagamentos eram realizados dia 10 do mês. Não tinha segurança nas obras, equipamentos de proteção coletiva e individual, levando a muitos e rotineiros acidentes, por vezes fatais.
Nós não tínhamos seguro de vida, Seconci-SP, não tinha vale-alimentação (hoje de R$ 450,00), auxílio-creche, nem hora extra de 60%.
Ao longo do tempo, fomos obtendo, passo a passo, as nossas conquistas. Infelizmente a Lei 13.467, que entrou em vigor em 11 de novembro de 2017, trouxe uma reforma perversa, tirando os direitos adquiridos dos trabalhadores e remanejando tudo isso para negociações coletivas de trabalho, ou seja, Convenções Coletivas de Trabalho.
As Convenções, as mais justas, se dão entre o Sindicato dos Trabalhadores e o Sindicato dos Empregadores, quando isso não acontece, geralmente, o Sindicato declara greve e o sindicato patronal, à medida do possível, leva isso para o Tribunal Regional de São Paulo. Conclusão: nem sempre temos vitórias. Às vezes, muitas delas perdemos. E é nessa linha que continuamos nossa luta para agregar a categoria.
No 1º de Maio vamos mandar um recado para as autoridades. Precisamos realmente de emprego. Hoje, no Brasil, até tem, só no mês de fevereiro foram gerados 431.990 mil novos postos de trabalho. Mas queremos colocações dignas, com salário decente, com acesso à saúde, habitação, transporte coletivo de qualidade e, principalmente, segurança pública.
Ramalho da Construção
Presidente do Sintracon-SP